Investimento

Grupo investe mais de R$ 10 milhões e abre duas lojas em Santa Maria

Deni Zolin

Mantendo à risca o plano de abrir 10 novas lojas por ano, o Grupo Grazziotin investiu mais de R$ 10 milhões em Santa Maria e inaugurou nesta quarta-feira um novo prédio na Rua do Acampamento, com as novas Tottal Casa & Conforto e Por Menos. As filiais ficam ao lado da primeira loja Grazziotin de Santa Maria, que completou 40 anos de atividades.

 Além de promoções de inauguração, o grupo de Passo Fundo investiu ainda em quatro shows gratuitos, que começaram ontem à noite e seguirão até sábado, na Praça Saldanha Marinho.

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O grupo, que tem 10 lojas em Santa Maria com as bandeiras Grazziotin, Por Menos, Tottal Casa & Conforto e Franco Giorgi, transferiu para esse novo prédio, na Acampamento, a Por Menos que ficava quase ao lado, e a Tottal da Rua General Neto. As lojas ficaram bem maiores e têm 1 mil m² cada. Para isso, foram contratados 20 novos funcionários, mas ainda há seleção para outros cargos. Ao todo, o grupo emprega 85 pessoas em Santa Maria.

A auxiliar de loja da Por Menos Chaiane de Oliveira, 23 anos, diz que foi um alívio conseguir um emprego na loja, pois havia ficado sem trabalho no início deste ano.
– Eu trabalhava com meu pai, fazendo lanches, mas ele teve de fechar a empresa. Pesou no orçamento ficar sem emprego. Foi um alívio quando consegui uma vaga aqui – conta Chaiane.

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O vice-presidente do grupo, Marcus Grazziotin, participou da inauguração e recebeu os cumprimentos do prefeito Jorge Pozzobom por investir na cidade. O investimento é superior a R$ 10 milhões na compra do terreno (feita há 11 anos) e na construção do prédio de 2 mil m² de área, ao lado da Grazziotin, que também foi reformada.

– Há 40 anos, um empreendedor passou aqui nesta rua (do Acampamento) e viu um prédio em construção. Era o Gilson, meu pai, que falou com o construtor, que era o dono do prédio. Desde lá, criou-se uma parceria da Grazziotin com Santa Maria. Essa foi a filial número 25, aberta em 1977. Hoje, são 322 lojas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – diz Marcus. 

Para marcar a inauguração, grupo promove quatro noites de shows  Foto: Lucas Amorelli / Newco SM

"Na crise, as empresas bem organizadas e capitalizadas têm oportunidades"

Diário de Santa Maria – Quais os planos de expansão para este ano e 2018?Marcus Grazziotin – O Grupo Grazziotin tem como característica um trabalho constante. A gente não quer muitos altos e baixos. Então, a gente está sempre em uma média de abertura de lojas, com 10 novas por ano. Nosso crescimento não é muito acima nem muito abaixo da inflação. Fica em 5% a 10% ao ano, o que dá uma segurança para as pessoas que trabalham e para os próprios investidores da empresa. É um investimento pé no chão. Este aqui de Santa Maria é o maior investimento que a empresa já fez, com certeza, porque é prédio próprio, e são as maiores lojas que a empresa tem. São poucas lojas de prédio próprio. Temos 10 lojas contratadas para abrir (na Região Sul). 

Diário – Nesses últimos dois anos, como a turbulência política e a crise da economia afetaram a Grazziotin?
Grazziotin – Esse cenário, pela conjuntura social, econômica e política do país, não é muita surpresa, infelizmente. Mas o Grupo Grazziotin, com 67 anos, acredita em trabalho, acredita nas pessoas. Todas as promoções de gerente são para pessoas de dentro da empresa. Então, a gente acredita nas pessoas que vêm trabalhar conosco. 

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Diário – Mas a crise afetou as vendas e a inadimplência?
Grazziotin – Com certeza, afetou os resultados de endividamento das pessoas, que está muito alto. Houve uma corrida ao ouro pelo dinheiro no Brasil, que não existia. Todo mundo se deslumbrou com o crédito. A questão de vendas também foi muito afetada tanto por isso quanto pelo desemprego alto. Mas o público da Grazziotin, a gente tem uma fidelização muito grande, deve ter clientes que compram há 40 anos aqui, então as vendas não caíram muito. Ficaram estagnadas, vamos dizer, nesses últimos dois ou três anos. 

Diário – Por que abrir novas lojas mesmo em anos de crise?
Grazziotin – Porque tem de investir para colher no futuro. E muitas vezes nas crises, aquelas empresas que estão bem organizadas, bem capitalizadas, não têm dívida, trabalham certinho, têm parcerias de longo prazo com fornecedores, clientes e pessoas, para elas aparece também a oportunidade no momento de crise.
A gente vê que têm muitas empresas passando dificuldades nessa época. Ou estão descapitalizadas, ou não fizeram o dever de casa antes, quando as coisas iam bem, pois se deslumbram e não fazem o que precisa. E daí chega a hora de colher.

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Diário – Há dados do IBGE que podem indicar leve retomada no crescimento do PIB e do emprego. O que vocês, do Grupo Grazziotin, têm sentido nos últimos meses? Já percebem retomada nas vendas e o que esperam para o futuro?
Grazziotin – No último ano, não está piorando. Por enquanto, estamos com a esperança de que as coisas vão para a frente. O dever de casa não está sendo feito em Brasília. Então, a esperança é que primeiro se faça o dever de casa lá, mas não está fácil de fazer e parece que está meio longe. Quando acontecer isso, o Brasil vai voltar a ser o país do futuro.

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Diário – O que é o dever de casa? São as reformas?
Grazziotin – O que está faltando é quem trabalha na esfera pública trabalhar para a população, para a sociedade, e não trabalhar em causa própria. Há um erro de identidade de alguns, ou na média, do setor público, que deveriam servir o cidadão e a sociedade, mas a gente vê muito benefício, muito interesse próprio. Faz parte da cultura brasileira. Ainda somos uma nação nova e vamos aprender muito como sociedade e seres humanos. Mas a esperança existe, pois o brasileiro tem capacidade e potencial. A gente vê em muitos lugares esse potencial aflorando.

Diário – Até porque não é a primeira crise que o Brasil e o grupo Grazziotin enfrentam.
Grazziotin – E nem a pior, com certeza. Nós sabemos de histórias dos anos 70 e 80, de crises muito piores do que esta. 


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